Especialista em segurança diz que problema só será resolvido no longo prazo
O grave problema da insegurança pode ser tratado por vários aspectos, defendeu o especialista em gestão de riscos e segurança estratégica, Gustavo Caleffi, ao elencar frentes de atuação que devem ser observadas para conter os alarmantes números de criminalidade. Ele defende a necessidade de que seja feito um grande esforço técnico para rever a legislação brasileira, em especial do Código Penal e Código de Processo Penal, e que neles constem penas mais severas.
Caleffi ainda apontou o alto custo da segurança no Brasil. O investimento cresceu nos últimos três anos e saltou de 5% em 2014 para 10,5% do PIB em 2016. Fora isso, no Rio Grande do Sul as escolas aumentaram em 75% os investimentos em equipamentos de proteção, assim como os condomínios elevaram seus gastos em 45% para tentar conter possíveis situações de risco. Exemplificou como o abigeato está disseminado pelo Estado, obrigando os empresários a fecharem os seus negócios após uma série de roubos.
Caleffi também confia que a legalização das drogas pode contribuir para a redução da criminalidade. “Vivemos em um país que permite o uso, mas não a venda”, frisou. Sugeriu ainda que os impostos recolhidos poderiam ser usados como meio de informar a população sobre os danos que os entorpecentes geram à saúde.
O evento sobre segurança foi realizado nesta quarta-feira, 14, pela Federasul em parceria com a Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), entidades que defendem urgência na priorização do tema.
Ele destacou que o problema do setor só será resolvido em longo prazo, com muita sorte no médio prazo. Caleffi deu algumas recomendações para os cidadãos se prevenirem dos assaltos e como agir durante uma ocorrência.
A reportagem é de Eduardo Leães, da Rádio Agert
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