Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2024
Telefone: (54) 3383 3400
Whatsapp: (54) 9 9999-7374
Curta nossa página no Facebook:
Clique para Ouvir
Tempo limpo
26°
12°
24°C
Espumoso/RS
Tempo limpo
No ar: Conexão Líder
Ao Vivo: Conexão Líder
Bom Dia Líder

Dilma confia que medidas do governo Temer podem influenciar votos no Senado

Dilma confia que medidas do governo Temer podem influenciar votos no Senado
28.06.2016 06h32  /  Postado por: upside

A presidente afastada Dilma Rousseff mantém a confiança de que conseguirá os votos necessários no Plenário do Senado para retornar ao Palácio do Planalto. Em entrevista ao programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba, na tarde desta segunda-feira, Dilma criticou algumas medidas do governo interino de Michel Temer e afirmou que elas poderão levar alguns senadores a votar contra o seu afastamento definitivo.
 
“Se a gente levantar todos os atos praticados ao longo desse período de 45 dias, vamos ver que começa, primeiro, com algumas medidas que são altamente nefastas. Extinção do Ministério da Cultura, que foi corrigido, do Ministério das Mulheres, de Igualdade Racial e Direitos Humanos. Isso não foi resolvido e olhando que é um ministério de homens brancos e ricos é um problema. Hoje o Brasil tem uma maioria de mulheres, de 51%, e elas não têm representação no Ministério, assim como ocorre com os negros”, disse a presidente afastada.
 
O programa que perdeu a eleição é o Temer que está executando no Brasil. Não foi esse programa que eu desenvolvi em 2015. Tivemos que tomar um conjunto de medidas, mas sem reduzir direitos sociais. Continuamos pagando Bolsa Família, todos os encargos. Infelizmente, o então presidente da Câmara dos Deputados (Eduardo Cunha) se elegeu com apoio de influências financeiras externas que apoiaram ele e o PMDB. Mesmo assim, algumas medidas que tomamos deram resultados. Se hoje a inflação indica para queda é porque tomamos medidas que influenciaram”, analisou.
 

A presidente afastada Dilma Rousseff voltou a chamar o processo de impeachment de golpe. Ela contou que tem procurado fazer reuniões com diferentes áreas da sociedade para tentar fazer com que isso influencie na decisão do Senado na votação final do processo.
 
“Tenho não só esperança, como sistematicamente feito tratativas nessa direção. Converso com senadores, discuto com movimentos sociais. Há uma interação entre toda ação do Senado e os diferentes setores da sociedade. Isso passa por intelectuais, professores. Tenho ido a universidades. É uma agenda que tenta esclarecer os motivos pelos quais nós consideramos que esse processo de impeachment se constitui em um golpe. Não aquele tradicional, o militar, que se usava de instrumentos como tanques. etc. Mas é um golpe parlamentar porque não há base jurídica para o impeachment. Se o impeachment está previsto na Constituição, também ela prevê que teria de haver um crime de responsabilidade. Hoje há uma perícia do Senado que os motivos pelo qual me acusam não se acusa crime. No Plano Safra nem a minha presença em um ato foi constatada. Eu não participei em nenhum momento porque não é papel do presidente. Nós vínhamos dizendo isso há muito tempo e agora a perícia do Senado constatou isso”, disse Dilma.
 
 
Plebiscito para novas eleições
 
Dilma também comentou sua posição sobre a possibilidade de chamamento de um plebiscito para novas eleições. Ela ressaltou que seu objetivo é retornar ao governo para cumprir o mandato, mas disse considerar a possibilidade de novas eleições gerais melhor que uma eleição indireta para presidente.

 
Dilma também falou sobre sua relação com Eduardo Cunha. “No caso do Eduardo Cunha, nós tínhamos uma contradição. A pauta conservadora que constitui o estado brasileiro não é a que eu defendo. Dialogar com o Eduardo Cunha é muito difícil. Ele tinha controle de uma parte do Congresso. A imprensa já reportou, avaliou e radiografou as condições em que ele teve esse controle de uma parte expressiva. Em alguns momentos era muito difícil encaminhar as questões. Ninguém diz de um presidente homem que ele é duro, que é firme. Diziam que eu era dura. Isso tem um componente misógino e machista”, afirmou.
 
Dilma defendeu a reforma política e disse que o Brasil tem partidos demais. “O Brasil hoje tem um sistema político que deixa impossível governar o país com essa quantidade de partidos. No período do (presidente) FHC se fazia maioria simples com três partidos. No do Lula eram oito para maioria simples. No meu governo, 14 para maioria simples e para chegar à absoluta você tinha que ter bem mais partidos para margem de segurança. Isso ocorre porque os partidos se fragmentam. Com um sistema proporcional e sem cláusula de barreira, há um incentivo para a criação de partidos por ter acesso ao fundo partidário. A governabilidade também está em causa por isso”, finalizou.

Comente essa notícia
Receba nosso informativo
diretamente em seu e-mail.
Utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência, de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.
CONCORDO