Juntas, as operadoras registraram queda de 3% do total de clientes de telefonia móvel em apenas cinco meses; o uso cada vez maior de aplicativos de mensagens é o principal motivo da mudança no perfil dos clientes, que agora fazem menos ligações.
Mais de 10 milhões de linhas de celular foram desativadas no Brasil em cinco meses, de acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Emmaio, o País contava com 284,2 milhões de linhas móveis, mas registrou 273 milhões de linhas ativas em outubro, uma queda de 3% no total. Antes dessa série de retrações consecutivas, o País só havia registrado uma única queda mensal desde 2005, em julho de 2006.
As quatro maiores operadoras do País – Claro, Oi, Tim e Vivo – perderam linhas ativas no período analisado. A Vivo, líder de mercado, desconectou 3,6 milhões de linhas – embora tenha registrado leve recuperação em outubro – e a Tim teve queda de 3,3 milhões. Claro e Oi ficaram, respectivamente, com 2,5 milhões e 1,3 milhão de linhas a menos.Segundo a agência, São Paulo foi o Estado que mais perdeu acessos, com redução de cerca de 1,8 milhão de linhas.
Para analistas, a queda no número de linhas ativas é reflexo de uma mudança no comportamento dos consumidores: eles estão deixando de fazer ligações para usar aplicativos de mensagens instantâneas como o WhatsApp.
Segundo o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, o aumento do uso de mensagens instantâneas também fez os brasileiros reduzirem o número de chips de operadoras diferentes usados no mesmo celular, o chamado “efeito clube”. A prática, muito comum no Brasil, é adotada por usuários que querem gastar menos ao não pagar o valor de ligação entre operadoras (chamado de interconexão), fazendo chamadas apenas para celulares da mesma operadora.
A Tim e a Oi já reagiram à redução do número de chips. Em outubro, ambas anunciaram que a tarifa cobrada pelas chamadas feitas para números de outras operadoras custaria o mesmo valor de uma ligação para a mesma operadora.
As operadoras estão faturando cada vez menos com voz e mais com serviços de banda larga. No primeiro semestre de 2015, elas ganharam mais comos serviços de dados (R$ 33,6 bilhões) do que com voz (R$ 32 bilhões), segundo dados da Teleco.