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Prejuízos provocados por temporais nas lavouras chega a R$ 700 milhões

Prejuízos provocados por temporais nas lavouras chega a R$ 700 milhões
03.11.2015 06h44  /  Postado por: upside

Nem o agricultor mais pessimista poderia prever um segundo semestre de combinações climáticas tão desastrosas no Rio Grande do Sul. Sob influência do fenômeno El Niño, um dos mais fortes da história, chuvaradas constantes e quedas de granizo deixaram rastros de destruição em 115 mil propriedades do Estado, que correspondem a 25% do total, segundo levantamento divulgado na sexta-feira pela Emater.
Só nas lavouras de trigo, as estimativas iniciais dão conta de prejuízos na ordem de R$ 590 milhões, levando em conta apenas a redução no volume a ser colhido. Nas plantações de fumo, os estragos causados pela chuva de pedra somam mais de R$ 90 milhões em 130 cidades, sem incluir as perdas por afogamento da planta em áreas alagadas. Os danos da fúria do tempo se multiplicam na produção de frutas, hortaliças e leite e afetam, ainda, o calendário de plantio da safra de verão.
No trigo, o mau tempo atingiu a cultura desde o começo da safra. Primeiro, foi o excesso de chuva em julho, seguido do calorão atípico em agosto e da forte geada em 12 e 13 de setembro. Em outubro, a chuvarada terminou de potencializar as perdas em quase 400 mil hectares, especialmente nas regiões Norte e Noroeste. Até agora, com menos de 50% da área colhida, a Emater estima redução de 40% da safra inicial estimada.
No início do ciclo de inverno, em maio, a previsão era de colher quase 2,7 milhões de toneladas de trigo. Agora, se a safra chegar a 1,5 milhão de toneladas superará a expectativa dos mais otimistas. As perdas na cultura são responsáveis por boa parte das 8,6 mil solicitações de Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) que chegaram à Emater até o fim de semana, especialmente no Norte e Noroeste.
Somente o escritório em Ijuí, no Noroeste, recebeu quase 3 mil pedidos de 10 municípios da região. A redução no volume colhido soma-se à perda na qualidade do grão. Em muitos casos, o PH é tão baixo que a produção sequer é classificada como trigo, podendo ser destinada só para ração animal.
— Algumas cooperativas e cerealistas não estão nem recebendo esse grão com qualidade inferior — conta Carlos Turra, assistente técnico da Emater.
O sentimento é de frustração também nas lavouras de tabaco localizadas no Vale do Rio Pardo. Com as plantas bem desenvolvidas, fumicultores viram parte da produção ser destruída em menos de 15 minutos de tormenta.
Com perdas irreversíveis no inverno, produtores gaúchos temem que os prejuízos se estendam para a safra de verão. Por enquanto, o alerta maior é nas lavouras de arroz, que estão com plantio atrasado no Estado, especialmente nas regiões mais afetadas pelas enchentes.
O período previsto para plantio da cultura vai até 15 de novembro. Até a semana passada, levantamento do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) apontava 38,2% da área semeada. Em anos normais, o índice já deveria estar em quase 70%, destaca o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz), Henrique Dornelles.
Com 15 dias para concluir o plantio da cultura, o complicador é a necessidade de pelo menos seis dias secos para o produtor conseguir entrar na lavoura. Caso o processo não avance nesta semana, os arrozeiros deverão solicitar formalmente ao governo federal a flexibilização do calendário de plantio — uma forma de garantir que o produtor não fique fora do período coberto por seguro rural. Para a safra de soja, a expectativa é de que o fenômeno El Niño siga a tendência histórica, trazendo bons resultados para a oleaginosa com chuvas regulares nos meses de verão.
— O produtor deposita agora as esperanças na safra de verão para compensar um pouco as perdas do inverno — destaca Valmir Netto Wegner, gerente técnico estadual da Emater.
Com 70% da área semeada, as lavouras de milho apresentam boas condições, beneficiadas pelas altas temperaturas e chuva em abundância, segundo a Emater. As plantas chegaram a ser atingidas pela forte geada em setembro, mas conseguiram rebrotar e se recuperar, trazendo um pouco de otimismo aos produtores.

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