Fim de nudez na \’Playboy\’ ainda é incerto no Brasil

RIO – A notícia de que a \”Playboy\” americana vai parar de publicar imagens de mulheres nuas correu o mundo. De acordo com o \”New York Times\”, a revista fundada em 1953 vai adotar essa medida a partir de março de 2016, junto com uma reformulação editorial. Mas ainda não há previsão para o mesmo acontecer na edição brasileira, afirma o diretor de redação da \”Playboy\” no país, Sérgio Xavier.
Os executivos da revista americana avaliam que, como a nudez se tornou banal na internet, revistas eróticas perderam a viabilidade econômica. A decisão teria recebido o aval do fundador da \”Playboy\” e atual editor-chefe, Hugh Hefner, de 89 anos.
Xavier concorda que a nudez precisa ser repensada, mas ele garante que não há nenhuma decisão nesse sentido por aqui. Segundo o jornalista, a \”Playboy\” tem por tradição respeitar a autonomia das editoras que publicam as edições locais da revistas em diversos países.
– Precisaremos pensar no \”como fazer a transição\”. Teremos muito o que pensar e debater, posso te garantir que agora não há nada decidido – disse ele, mencionando que esse novo formato não seria necessariamente uma novidade no Brasil. – Lembra que nos anos 1970 não tinha nu frontal nem dois seios ao mesmo tempo nas fotos da ‘Playboy’ Brasil? Coisas da censura… Acho, pessoalmente, a decisão do Hefner faz todo sentido, estamos gradativamente perdendo com o nu.
A revista americana, de acordo com a reportagem do \”Times\”, ainda contará com fotos de mulheres em poses provocantes. Mas elas não estarão totalmente peladas. Um dos principais fatores por trás da mudança seriam a queda nas vendas em função da disponibilidade gratuita de conteúdo erótico na internet.
Xavier não sabe como acontecerá a mudança nos Estados Unidos. De acordo com ele, ainda não foi emitido qualquer comunicado entre os parceiros.
– Mais do que uma \”revista de nu\”, é uma publicação que discute o comportamento masculino. Fala de moda, bebidas, viagens e tem nas entrevistas longas e profundas uma marca importante. A ‘Playboy’, nos Estados Unidos e no Brasil, sempre discutiu direitos civis, racismo, liberdade. Isso não mudou nem mudará. A questão do nu, porém, precisa ser melhor pensada.
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