Segundo Met Sul Meteorologia Primavera este ano terá muitos temporais
A primavera que começou nesta quarta (23) às 5h20min, marcando a transição para o verão após um dos invernos mais quentes já observados até hoje no Rio Grande do Sul. Em 2015, até agora, foram apenas 15 dias com registro de marcas negativas no Estado contra 30 no ano passado que não teve inverno rigoroso. A menor temperatura neste ano foi de 4,2ºC abaixo de zero no dia 12 de setembro em Soledade enquanto no ano passado fez 7,4ºC abaixo de zero no dia 14 de agosto em São José dos Ausentes.
De acordo com os meteorologistas da MetSul Meteorologia, a nova estação terá influência do El Niño que atua no Pacífico Equatorial com forte intensidade em um dos episódios do fenômeno mais intensos das últimas décadas e que teve forte influência no inverno deste ano, seja pelos recordes de chuva em julho como o agosto mais quente em mais de um século em Porto Alegre.
“As anomalias de temperatura da superfície do mar no Pacífico Central Equatorial hoje estão perto dos valores observados no pico de intensidade do Super El Niño de 1997/1998, indicando um episódio muito significativo de El Niño em curso e que continuará a influenciar o clima gaúcho na nova estação”, destaca a meteorologista da MetSul Estael Sias.
A primavera deve ter chuva acima da média na maioria das regiões do Rio Grande do Sul. São prováveis períodos com chuva em grandes volumes, com risco até de cheia de rios, em que em poucos dias algumas cidades podem ter o dobro ou o triplo da média de chuva do mês inteiro, causando alagamentos e inundações com transtornos para a população. “As Metades Oeste e Norte do Estado, historicamente, têm maior propensão aos extremos de chuva em primaveras com El Niño moderado a forte, como é o caso de 2015, mas também o Sul gaúcho pode ter períodos com volumes muitos altos de precipitação”, ressalta Estael.
A MetSul destaca que a primavera é um período com maior frequência de tempestades, não raro severas com intensos vendavais e granizo. Há vários precedentes de tornados. Em 2015, com maior presença de umidade no Rio Grande do Sul e temperatura acima da média histórica na maior parte da estação, antecipa-se uma primavera tempestuosa com frequência acima do normal de temporais no Rio Grande do Sul, alertando-se para o risco de algumas onda de temporais com impactos em grandes números de municipios e danos significativos por vento e/ou granizo. “Além do risco de danos para a agricultura pelo período inicial da safra de verão, o maior número de temporais pode ter significativo impacto na rede de energia nos episódios de tempestades mais graves”, alerta a meteorologista Estael Sias que é mestre em Meteorologia pela Universidade de São Paulo (USP) com estudo sobre tempo severo.