Comoção marca enterro de menina que morreu de Meningite em Passo Fundo
Foi enterrada na tarde deste domingo (19) a menina Vitória Aparecida da Silva, de apenas 8 anos. A criança morreu ainda no último sábado, vítima de Meningite bacteriana. O velório aconteceu no Memorial da Vera Cruz e trouxe muita comoção de aprentes, amigos e até mesmo de pessoas que não a conheciam. Conforme relatos de familiares, ela era muito obediente aos pais e gostava muito de brincar e ir na escola. Cerca de 24 hs antes de ficar doente, Vitória brincou normalmente pela rua onde morava. A menina tinha uma irmã, de 11 anos e era muito querida por todos.
O caso:
Identificada como Vitoria Aparecida da Silva, era aluna do Colégio Wolmar Salton, residia no Bairro São Cristovão II e apresentou os sintomas típicos da doença na última quarta-feira (15) , vindo a ser internada na CTI Pediátrica do Hospital São Vicente de Paulo, onde faleceu no final da tarde de ontem (18). Conforme familiares, a criança não saiu da cidade nos últimos dias e estava bem, mas, na última quarta, queixou-se de uma forte dor de cabeça. A família procurou atendimento médico , mas em menos de 30 horas o caso evoluiu para pior e a criança entrou em óbito. Vitória Aparecida da Silva tem uma irmã, de 11 anos, que até o momento não apresentou qualquer sintoma da doença, bem como seus demais familiares.
A Meningite é uma inflamação das meninges, que são as membranas que envolvem o cérebro. Existe mais de um tipo de Meningite, as chamadas cepas, e para cada um deles há causa e sintomas específicos. São 3 tipos principais da doença: viral, bacteriana e fungica, sendo a bacteriana a mais grave, podendo levar a morte.
O responsável pelo Hospital São Vicente de Paulo, Dr. Júlio Stobbe, confirmou que a menina morreu vítima de Meningite bacteriana, mas a cepa ainda não foi identificada, o que deve ocorrer ainda no início desta semana. Stobbe destacou que casos de meningite não são novidade em Passo Fundo, mas a bacteriana, que é a mais grave, não costuma aparecer com frequência. Falando sobre o caso específico da menina, Stobbe destacou que o exame para identificar se trata-se de uma Meningite demanda tempo, pois é colhido líquido da medula espinhal, sendo que todo o procedimento foi feito na paciente, mas o quadro complicou-se rapidamente.
Conforme o médico, não existe mais pacientes com Meningite Bacteriana em quarentena ou acompanhamento no Hospital São Vicente de Paulo. Por outro lado, casos de Meningite Viral, que é mais comum e branda, são frequentes na unidade.
Os primeiros e principais sinais de Meningite, quando manifestados, são facilmente confundidos com os sintomas típicos da gripe. Eles geralmente aparecem de algumas horas até dois dias após a infecção, sendo o vômito e a forte dor de cabeça os mais comuns. O tratamento é feito a base de antibióticos, mas não existe um remédio específico. A rede pública possui vacina gratuita para crianças, mas esta imuniza somente para um dos tipos da doença, deixando todo o resto desprotegido.
Existe vacina na rede privada, que protege contra 4 cepas diferentes da doença, custando de R$500 a R$800 a dose. A doença é mais comum em crianças de até 5 anos, mas pode atingir qualquer faixa etária. Pessoas com imunidade baixa, como gestantes, idosos e quem estiver em tratamento de saúde apresentam mais facilidade em contrair a doença.
O Secretario Municipal de Saúde, Dr. Luiz Artur Rosa Filho, explicou que , como se trata de uma doença contagiosa, a prefeitura vai adotar o protocolo de saúde em todas as pessoas que tiveram contato com a menina, especialmente familiares próximos. Inicialmente o que pode ser feito é o monitoramento de todos, inclusive na escola Wolmar Salton onde ela estudava.
Se identificados os sintomas parecidos com a gripe, ou forte dor de cabeça, a pessoa deve procurar atendimento médico imediatamente, informando que teve contato com círculo em que estava a menina, vítima da doença. A Escola Wolmar Salton entra em férias nesta segunda-feira, o que pode minimizar os riscos de contaminação. O Secretário explicou que o Estado vai definir o que será feito no início desta semana, podendo encaminhar vacinas para imunizar a população em caso de risco de surto, mas ainda é muito cedo para que isso ocorra. Destacou que as pessoas expostas ao vírus não tem garantia com a vacina, já que ela demora até 30 dias para fazer efeito no corpo. A vacinação seria uma prevenção de contágio e não de controle inicial da doença.