Polícia Federal indicia 26 índios pela morte de agricultores em Faxinalzinho

Polícia Federal concluiu, nesta terça-feira (7), o inquérito sobre a morte de dois agricultores em Faxinalzinho, em abril de 2014. Segundo o delegado que investiga o caso, Mário Vieira, 26 índios foram indiciados pelas mortes dos irmãos Anderson de Souza, de 26 anos, e Alcemar Batista de Souza, de 42. “Nas investigações, foi comprovado que seis veículos saíram do acampamento e foram até a Linha Coxilhão e mataram a golpes de pau, pedradas e a tiros os dois agricultores”, explica.
De acordo com o delegado, 27 índios participaram do crime, mas um deles morreu durante o período das investigações. Após 14 meses de trabalho no caso, o delegado afirma que todas as provas recolhidas apontam a autoria do duplo homicídio qualificado para o grupo de índios. “Está tudo provado. Temos provas testemunhais, que viram eles [os índios] saindo de lá. Eles deixaram cocares e lanças junto com os mortos”.
Segundo o delegado Mário Vieira, o inquérito será remetido ao Ministério Público Federal. A partir de então, o MPF vai decidir se denunciará os indiciados. Se feita a denúncia e a Justiça aceitar, o grupo deve ser ir a julgamento pelo Tribunal do Júri pelo crime de duplo homicídio. No momento, nenhum dos 26 índios está preso.
Relembre o caso Um confronto entre agricultores e indígenas resultou na morte de duas pessoas no município de Faxinalzinho, no dia 28 de abril de 2014. Durante o dia do crime, um grupo de indígenas do acampamento de Candóia bloqueou algumas estradas vicinais na Linha Coxilhão, em protesto pelas demarcações de terras. O local está localizado a 15 quilômetros do centro da cidade e a quatro de onde aproximadamente 200 indígenas estão acampados há 11 anos. Após o incidente, o prefeito da cidade, Celso Pelin, pediu reforço policial na região, já que o clima era de tensão no local.
Segundo informações da Brigada Militar de Faxinalzinho, um grupo de agricultores tentou liberar a estrada, momento este que teria iniciado o confronto. Dois agricultores de uma mesma família, Anderson de Souza e Alcemar de Souza foram mortos. Os corpos das vítimas foram encontrados em um matagal às margens da estrada onde teria iniciado o conflito.