Campo e lavoura: Promotor Mauro Rockambach fala da operação Queijo Compensado
Praticamente um mês após deflagrar a operação Leite Compensado, o Ministério Público gaúcho realizou na última terça-feira (16), no Noroeste e no Vale do Sinos, a primeira ação contra a adulteração de queijo. O produto fabricado na Laticínios Progresso, de Três de Maio, contém farinha (amido de milho) e leite rejeitado pelas indústrias – produto que deveria ser inutilizado.
Além da distribuição irregular para 14 municípios, a investigação de três meses apontou várias irregularidades, que vão de sonegação fiscal a envolvimento de agentes públicos. Três pessoas foram presas.
O queijo também deveria ficar até 15 dias em maturação, mas só ficava cinco, e poderia apenas ser comercializado na região de Três de Maio, pelo fato da empresa ter cadastro municipal. Mesmo assim, era transportado para um depósito em Ivoti, no Vale do Sinos, aos sábados pela madrugada. O proprietário aproveitava o período com menor fiscalização e ainda trafegava em outro veículo na frente do caminhão para avisar sobre provável barreira.
Foram presos o proprietário da Progresso, Volnei Fritsch, o filho dele e contador, Pedro Fritsch, e um sócio, Eduardo André Ribeiro. Vão responder em liberdade o motorista Arnildo Roesler, o secretário de Agricultura de Três de Maio, Valdir Ortiz, e um fiscal municipal de Estância Velha, Roberto Nardi.
Distribuição Depois, o empresário aproveitava amizade com um fiscal da prefeitura de Estância Velha, também no Vale do Sinos, para revender o queijo fora dos padrões de consumo para 38 locais em 14 cidades: Campo Bom, Novo Hamburgo, Morro Reuter, Lindolfo Collor, Ivoti, Igrejinha, Parobé, Estância Velha, Dois Irmãos, Capela Santana, Canoas, Guaíba, Caxias do Sul e Cidreira. O suspeito recebia auxílio do servidor.
O promotor criminal Mauro Rockenbach, conversa com o repórter Fernando Martins. Ouça no player acima.