Juros do cartão chegam a 304% ao ano em maio, os maiores desde 1999

As taxas de juros das operações de crédito subiram mais uma vez em maio, a oitava alta consecutiva, mostrou hoje a Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac). Os juros para o cartão de crédito rotativo chegaram a 12,34% no mês, ante 12,14% em abril, equivalentes a 304% ao ano. É a maior taxa para essa linha de crédito desde março de 1999, segundo a Anefac, e mostra que os consumidores devem evitar pagar apenas parte da fatura no vencimento.
A taxa de juros média para pessoa física teve alta de 1,48%, passando para 6,87% ao mês ou 121,96% ao ano. Esta é a maior taxa desde junho de 2010. Das seis linhas de crédito pesquisadas, todas tiveram suas taxas elevadas no mês (juros do comércio, cartão de crédito rotativo, cheque especial, CDC dos bancos, financiamento de veículos, empréstimo pessoal nos bancos e empréstimo pessoal nas financeiras).
As maiores altas foram no cartão de crédito, para 12,34% ao mês. Ao ano, o juro passou de 295,48% para 304,03%. Em seguida, o maior aumento foi no cheque especial, que chegou a 9,90% ao mês (210,44% ao ano) em maio, ante 9,74% (205,06% ao ano) em abril. O empréstimo nos bancos teve alta mais moderada, de 4,00% ao mês (60,10% ao ano) para 4,06% (61,22% ao ano).
Para pessoa jurídica, a elevação da taxa foi de 0,76% no mês, passando de 3,97% ao mês para 4,0% (60,10% ao ano). Esta é a maior taxa desde julho de 2011.
Na avaliação da Anefac, as altas acontecem por conta do aumento da inadimplência no Brasil, do juro básico e da alta inflação. Outro agravante é o aumento dos índices de desemprego, que deve comprometer a renda das famílias.
Outro destaque foi a elevação da carga tributária para o sistema financeiro no pacote fiscal que elevou a CSLL (Contribuição Social sobre o lucro líquido) de 15% para 20%. Com isso, foi elevada a cunha fiscal das instituições financeiras, que estão repassando o aumento para as taxas de juros das operações de crédito.
Para os próximos meses, a expectativa continua pessimista. A Anefac afirma que a tendência é de novos aumentos das taxas de juros nas operações de créditos.