Oficial da BM que disse para a população pedir ajuda ao Batman pode ser punido pela corporação

O tenente-coronel Francisco Vieira, comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM), declarou, na noite deste sábado, que quem frequenta a Serenata Iluminada, no Parque Redenção, não quer a presença da Brigada Militar. “Agora aguentem. Chamem o Batman”, ironizou. A afirmação foi feita em um grupo nas redes sociais após ter sido indagado por jornalistas sobre o policiamento no local.
Jornalistas que estavam no evento questionaram a BM sobre a presença de viaturas, depois que presenciaram dois assaltos no local. Indagado se a BM atua onde quer, o oficial respondeu: “Mande ligar para o 190. Você está no evento? E o evento nem permissão tem, ou seja, fazem já não querendo a BM”. Ele disse ainda que “gente de bem está em casa”.
O policial, que é o responsável por garantir a segurança na região, desaconselhou a participação na festa. Ele orientou a população a procurar o “Batman” ou o “Super Homem”. O evento, organizado desde 2012 através das redes sociais, já tinha 22 mil pessoas confirmadas no Facebook para a edição desta noite. Além da Redenção, a Serenata já ocorreu em outros parques de Porto Alegre e, também, na Praça da Alfândega, no Centro da Capital.
Tradicionalmente, os participantes levam lanches e, através de atrações musicais, defendem a ocupação de espaços públicos que, normalmente, não têm vida no turno da noite.
Após a repercussão negativa do fato nas redes sociais, o tenente-coronel Mario Ikeda, reconheceu que foi infeliz a brincadeira do comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM), tenente-coronel Francisco Vieira, ao sugerir que o Batman fosse chamado para atender a ocorrências de assalto durante a Serenata Iluminada, na Redenção, realizada na noite desse sábado.
Em função da postura, Vieira pode sofrer sanções da corporação, adiantou Ikeda. “Pode ser pela Corregedoria ou pelo Comando Geral. Existem várias formas de ser feita. A possibilidade de advertências é uma questão interna que nós vamos verificar”, disse.
Ikeda fez coro a declaração de Vieira de que a frase foi dita durante uma conversa informal. “O número formal quando se necessita a viatura é o 190. Não que não possa ser feito pelo WhatsApp, mas a formalidade é o 190″, afirmou. O comandante do CPC foi enfático ao dizer que essa postura não representa a posição da Brigada Militar (BM).
Por último, Ikeda reconheceu que os grupos de WhatsApp funcionam bem como canais para estreitar informações entre segurança pública e jornalistas.