El Niño tem 90% de chances de continuar até o terceiro trimestre, aponta estudo

O fenômeno climático El Niño tem 90% de probabilidade de continuar durante o verão do hemisfério Norte (terceiro trimestre), mas ainda é cedo para determinar a intensidade, declarou nesta quinta-feira (14) o subdiretor do Centro de Previsão Climática do Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA, Mike Halpert.
“Em março, consideramos que o El Niño tinha chegado. A situação é muito diferente do ano anterior, quando não chegou, por isso não vimos nenhuma mudança e nem houve nenhum impacto. Mas ainda é cedo para dizer se será forte”, disse Halpert.O El Niño é um fenômeno que se caracteriza pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico e que pode alterar o clima de grandes regiões do planeta, com longas secas, chuvas intensas e maior ou menor possibilidade de furacões. Segundo os meteorologistas norte-americanos, há 80% chances do fenômeno continuar ao longo de todo o ano.“Isso é o que sabemos por enquanto, mas não podemos determinar a intensidade que terá porque estamos em maio. Em um ou dois meses poderemos dar um prognóstico”, explicou.No entanto, já é possível prever que o El Niño impactará primeiro a Austrália, onde provocará a redução das chuvas, assim como na Indonésia, na Malásia, no norte do Brasil e na América Central, segundo Halpert. É esperado que, como costuma ocorrer, o El Niño reduza a possibilidade de furacões no Atlântico e aumente no leste do Pacífico.Outra das possíveis consequências do fenômeno é o alívio da seca que atinge o estado americano da Califórnia, já que, se o El Niño ocorrer com grande intensidade (como entre 1997 e 1998) haveria chuvas e nevascas intensas na região durante o próximo inverno.“Na América do Norte notaremos o impacto no outono e no inverno (último trimestre e início de 2016), enquanto em partes da América do Sul ele já será sentido nos próximos meses, por exemplo no sudeste da Argentina”, analisou Halpert.O último grande impacto do El Niño foi entre 1997 e 1998, quando causou prejuízos entre US$ 10 bilhões e US$ 25 bilhões nos Estados Unidos. Entre 1982 e 1983, quando também se apresentou com grande intensidade, o fenômeno causou prejuízo de mais de R$ 8 bilhões no mundo todo.O Serviço Meteorológico dos Estados Unidos, que faz parte da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), publica a cada mês um boletim sobre a evolução do fenômeno, assim como outras instituições nacionais e a Organização Meteorológica Mundial (OMM).Quando o El Niño foi identificado em março deste ano, os EUA estimaram que havia entre 50% e 60% de chances de o fenômeno continuar durante todo o verão do hemisfério norte, bem menos que os 90% do último boletim divulgado nesta quinta-feira.