Reforma nos aeroportos regionais começará por Passo Fundo
No Brasil, o projeto prevê investimentos de R$ 7,3 bilhões em 270 aeroportos, dos quais 124 ganharam o selo de \”prioritários\” por critérios que vão da decisão estratégica do governo ao interesse das companhias aéreas em operar voos para essas regiões. No Rio Grande do Sul, são R$ 310 milhões para 15 aeroportos incluídos no plano de estímulo à aviação regional, 11 com o carimbo de prioritários. Desses, cinco estão no site do ministério com o status de \”anteprojeto autorizado\”: Passo Fundo, Rio Grande, Santa Rosa, Santo Ângelo e São Borja. Isso significa que o edital de licitação pode ser lançado a qualquer momento.
— Para fazer a licitação desses cinco, dependemos apenas da licença ambiental — garante Padilha.Os demais aeroportos incluídos no projeto são Caxias do Sul, Santa Maria, Bagé, Uruguaiana, Gramado/Canela, Pelotas, Santa Cruz do Sul, Santa Vitória do Palmar, Alegrete e Erechim.
O primeiro aeroporto a passar por uma intervenção será o de Passo Fundo, em uma das regiões mais produtivas do Estado e com maior demanda por voos. Antes mesmo da licitação para a ampliação da pista e construção do novo terminal de passageiros, com 2.160 metros quadrados, do pátio de aeronaves e da estação de combate a incêndio, o ministro promete instalar um equipamento que permitirá a navegação por instrumentos. Atualmente, pousos e decolagens são suspensos em dias de muita chuva ou de forte neblina.
A Azul e a Avianca ameaçam suspender as operações no município se a estrutura do aeroporto não for adequada às necessidades. O voo da Azul entre Porto Alegre e Passo Fundo já está suspenso, mas Padilha recebeu da empresa a promessa de retomada assim que as obras forem realizadas e comecem a vigorar os subsídios previstos no Programa de Aviação Regional.
Dinheiro para obras já estaria garantido
Aos céticos que apontam o arrocho promovido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, como empecilho para o programa de aviação regional alçar voo, Padilha responde:
— Nós não dependemos do dinheiro do Tesouro. A Secretaria de Aviação Civil vai arrecadar R$ 4,4 bilhões neste ano com as taxas aeroportuárias e temos outros R$ 1,85 bilhão em caixa.
Em seguida, reconhece que Levy tem poder para retardar a liberação dos recursos.
— Claro que o ministro Levy precisa de dinheiro para fazer o superávit primário e vai tentar segurar o máximo, mas esse recurso é da aviação civil e será investido prioritariamente na aviação regional – explica Padilha.
Na maioria das 15 cidades, o programa prevê melhorar o aeroporto existente. As exceções são Caxias do Sul, Gramado/Canela e Santa Vitória do Palmar. O aeroporto Hugo Cantergiani, de Caxias, está \”condenado\”, segundo Padilha, e não há como investir em ampliação.