O \”Menino de Ouro\” não brilha mais
Há quatro meses, no dia 6 de agosto, escrevi aqui sobre a estreia de \”Tá na Tela\”, o programa de auditório do “Menino de Ouro” Luiz Bacci. Havia grande expectativa a respeito da nova atração já que Bacci havia sido o protagonista de uma transferência milionária envolvendo Record e Band. Pois bem, passados pouco mais de 120 dias eis que vem o anúncio: ao final de dezembro “Tá na Tela” será descontinuado. É um programa sensacionalista a menos, mas não há nada para comemorar nisso.
Para começar, a Band já avisou que irá dispensar parte da equipe. Acreditem: se há uma coisa que o mercado jornalístico não está precisando é de mais desempregados. É triste também porque “Tá na Tela” teve a oportunidade de fazer um programa de variedades interessante em um horário pautado por atrações sem muito vigor – basta reparar que a Globo, dona do melhor Ibope da TV, tem “Vídeo Show” e “Sessão da Tarde” como carros-chefes. Mas Bacci e equipe preferiram enredar pelo sensacionalismo pesado e avançando sem dó na seara de José Luiz Datena.
É claro que, a essa altura do campeonato, ninguém assumirá a conta. Assim como qualquer produto e estratégia de venda, o conteúdo de um programa é avaliado por uma equipe e decidido por uma direção. Portanto, não deixemos que o ex-“Menino de Ouro” – agora provavelmente rebaixado a bronze – carregue a culpa sozinho.
Os programas sensacionalistas nascem de uma falácia propagada nos bastidores das emissoras: “isso é o que o povo quer ver”. A derrocada de “Tá na Tela”, entretanto, mostra que não é bem assim.
Agora Bacci irá apresentar o “Café com Jornal” pela manhã e, em janeiro, o “Miss Universo”. A mudança lhe fará bem. E o fim do sensacionalismo destrambelhado de “Tá na Tela” será bom para o espectador.