Bernardo Boldrini morreu de forma ‘violenta’, diz atestado de óbito
Um crime marcado pela violência. É isso que o atestado de óbito do menino Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, apontou. O documento ainda revela que a data do crime foi 4 de abril e ocorreu de “forma violenta”. A informação é do advogado de Jussara Uglione, avó materna da criança. O corpo do garoto foi encontrado na última segunda-feira, 12, enterrado em um matagal da cidade de Frederico Westphalen, no Norte do Rio Grande do Sul, a80 quilômetrosde Três Passos, cidade onde morava.
Segundo o documento, não é possível apontar a causa da morte e que o corpo estava “em adiantado estado de putrefação”. “Isso quer dizer que o registro de ocorrência de desaparecimento que o pai diz ter feito ocorreu após a morte do menino”, disse o advogado Marlon Taborda.
O menino foi dado como desaparecido em 4 de abril. De acordo com a Polícia Civil, o garoto foi morto com uma injeção letal, o que ainda deverá ser confirmado pela perícia. “Eu tive acesso ao corpo do Bernardo. Eu o identifiquei pelos dentes frontais, que eram grandinhos. O estado [do corpo] era realmente chocante”, revelou Taborda.
A criança morava com o pai, o médico cirurgião Leandro Boldrini, e a madrasta, Graciele Ugolini Boldrini. O casal, que tem uma filha de um ano de idade, foi preso preventivamente junto com a amiga Edelvania Wirganovicz por suspeita de participação no crime. Os três estão detidos em local não revelado pela polícia por medida de segurança.
Órfão de mãe, o menino se dizia carente de atenção. Ele chegou a procurar a Justiça para relatar o caso. No início do ano, o médico pediu uma segunda chance. Com a promessa de que buscaria reatar os laços familiares com o filho, ele convenceu a Justiça a autorizar uma nova experiência. Na época, a avó materna, que moraem Santa Maria, na Região Central do estado, chegou a se disponibilizar para assumir a guarda. Porém, conforme o MP, Bernardo também concordou em continuar na casa do pai e da madrasta.