Na manhã desta sexta-feira, 21, a Polícia Federal está à procura de um advogado e proprietário de um dos maiores escritórios de advocacia de Passo Fundo. Mauricio Dal Agnol é suspeito de articular uma quadrilha que se apropriou de R$ 1,6 milhão de indenizações que clientes deveriam receber após vencerem ações judiciais. Os agentes cumprem oito mandados de busca em escritórios e em uma casa. Com a ajuda da mulher, Márcia Fátima da Silva Dal Agnol, do advogado Pablo Geovani Cervi, e de mais duas pessoas, Vilson Belle e Celi Acemira Lemos, o advogado teria enganado pelo menos 27 pessoas. Conforme a denúncia do Ministério Público, eles se apropriavam da totalidade ou de parte dos créditos dos clientes sem que eles soubessem, tendo entre as vítimas pessoas idosas e doentes. A investigação do caso começou depois que alguns clientes descobriram o esquema e ingressaram na Justiça com ações de prestação de contas, indenização e ressarcimento contra o advogado. Todos haviam procurado Dal Agnol ou seu escritório para tratar de ações contra a Brasil Telecom, antiga Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT), uma das principais áreas de atuação do profissional. No final da década de 90, Dal Agnol passou a captar clientes de todo o Estado visando propor ações judiciais contra a empresa e ganhou fama em Passo Fundo. Com a vitória das ações, segundo a denúncia, o advogado teria se apropriado de algumas indenizações, não informando aos clientes o real valor que deveriam receber da empresa. Nesta investigação, foram relatados 27 casos de apropriação indébita, sendo seis deles com vítimas idosas ou doentes, que somam R$ 1,6 milhão. Pela quantidade de ações judiciais que ainda tramitam contra o advogado, a polícia acredita que o número de vítimas do esquema seja ainda maior.