Os protestos contra o preço da tarifa de ônibus coletivo se iniciaram próximo ao prédio da SUCV, onde fica o gabinete do prefeito Cezar Schirmer (PMDB) e terminaram com pelo menos três pessoas feridas. Um policial do Batalhão de Operações Especiais (BOE) saiu com o nariz machucado e pelo menos dois manifestantes também ficaram feridos. Uma mulher chegou a ser socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Os manifestantes reuniram-se próximo ao prédio da SUCV. Depois, desceram pela Avenida Rio Branco até o prédio da Associação dos Transportadores Urbanos (ATU), que já estava com as portas fechadas. Uma pessoa que presenciou o episódio e não quer ser identificada, descreveu o que ocorreu.
_Primeiro, lá perto da SUCV, estava tudo tranquilo. Tinha um cara mascarado, e a Brigada parou ele. Aí, revistou a mochila e pediu para que ele tirasse a máscara. Depois, lá na frente da ATU, eu vi vários momentos violentos. Vi os manifestantes jogarem balões de tinta na fachada do prédio e jogarem pedras. A Brigada foi prender dois deles, e outros manifestantes tentaram impedir o ato. Aí, além das pedras, tinha as bombas de fumaça e as balas de borracha disparadas pela polícia. Vi um homem ser atingido nas costas. Nesse momento, vários manifestantes dispersaram. Foram uns 10 minutos de terror, mas na hora parece que durou muito mais tempo_ contou o jovem que estava acompanhando as manifestações.
No início da tarde desta quinta-feira, cerca de 15 jovens que participaram do protesto foram até a Delegacia de Polícia Civil para registrar ocorrência por causa da ação da Brigada Militar. Outro grupo, com cerca de 50 jovens, que estava na Praça Saldanha Marinho, dirigia-se até a sede do Diretório Central dos Estudantes (DCE).
(*Foto: Gabriel Haesbaert / Especial)