Dólar recua nos mercados mundiais com melhora da economia nos EUA
O dólar recuou nos mercados mundiais nesta segunda-feira, ante os seus principais rivais, à medida que os investidores realizaram lucros após a melhora dos dados econômicos norte-americanos na semana passada. Apesar deste movimento, analistas afirmam que a moeda ainda está em trajetória de recuperação, em meio às perspectivas de que o Federal Reserve vai reduzir o programa de estímulos à economia. No mercado brasileiro, a queda foi de apenas 0,04% com a moeda fechando em R$ 2,259 na venda.
“É apenas um soluço”, avalia Charles St. Arnaud, vice-presidente de pesquisa de câmbio da Nomura. “Estamos gradualmente vendo uma divergência na política monetária: o Banco Central Europeu (BCE) ainda está em fase de corte, enquanto o BC norte-americano está se preparando para reduzir estímulos”, ponderou.
No fim da tarde em Nova Iorque, o euro subiu para US$ 1,2870, de US$ 1,2834 no fim da tarde desexta-feira. O dólar recuou ainda para 100,97 ienes, de 101,10 ienes. A libra esterlina avançou para US$1,4951, de US$ 1,4874.
O índice Wall Street Journal, que pesa a moeda norte-americana ante uma cesta de principais rivais, fechou a 75,99 pontos, ante 76,26 pontos na sexta-feira. O índice, no entanto, subiu mais de 4% desde meados de junho, quando o presidente do Fed, Ben Bernanke, traçou um cronograma preliminar para eliminar progressivamente as compras de ativos até o final do ano.
Os investidores agora estão mudando seu foco para o discurso de Bernanke na próxima quarta-feira, à medida que tentam avaliar se o aumento inesperado do emprego teve qualquer efeito sobre a política da autoridade monetária norte-americana. O presidente provavelmente tentará conter os temores de que os dados levarão um aumento da taxa de juros no próximo ano. Essa estratégia de Bernanke pode enfraquecer o dólar, ao mesmo tempo em que acalmaria os mercados de bônus, segundo o estrategista do Citigroup, Steve Englander.
Englander acrescenta, contudo, que a fraqueza do dólar não iria durar muito tempo, especialmente se os dados de vendas no varejo mostrarem que a recuperação da economia dos EUA continua a ganhar força.