Protestos de agricultores bloqueiam rodovias gaúchas
Um movimento organizado pela Frente Parlamentar da Agropecuária do Congresso Nacional com o apoio de grandes e pequenos produtores interrompe o tráfego nesta sexta-feira em pelo menos seis trechos de rodovias gaúchas. Os atos, que terão eco em outros estados, estão previstos para ocorrer em Getúlio Vargas, Mato Castelhano, Nonoai, Osório, Pontão e Sananduva. O objetivo é pressionar por mudanças no movimento de desapropriação de terras por indígenas e quilombolas e exigir a revisão e a suspensão de demarcações no Brasil.
Segundo a presidente do Comitê Estadual dos Atingidos por Desapropriações, Maria Mehlecke, a previsão é mobilizar 1,5 mil pessoas. Os ruralistas também querem acelerar a regulamentação da portaria 303 da Advocacia-Geral da União, que rege atuação de advogados e procuradores em ações judiciais referentes a terras indígenas. Apesar de não estarem na organização, Farsul e Fetag estarão representadas.
O deputado federal Luís Carlos Heinze, um dos principais articuladores do movimento, já estava ontem em Nonoai. “São 1.995 famílias gaúchas ameaçadas de perder um total de 48 mil hectares, sendo que muitas destas famílias possuem a escritura há mais de cem anos”, afirmou o parlamentar que articula apoio para uma CPI sobre o tema.
Integrante da comunidade quilombola, Antônio Carlos da Silva encara a manifestação com naturalidade. “É direito de defesa dos posseiros e dos deputados deles. Nós somos os proprietários das terras”, pontuou. O representante da comunidade Guarani Maurício Gonçalves não vê objeção na manifestação, mas relata a preocupação dos indígenas com a lentidão na demarcação de terras. “Os indígenas estão muito mal atendidos pelo governo”, frisou.
Locais dos atos
*Getúlio VargasLocal: ERS 135 (em Mato Preto)
*Mato Castelhano/Passo FundoLocal: BR 285 – Centro da cidade
*Nonoai/FaxinalzinhoLocal: ERS 343
*Osório (Morro Alto)Local: BR 101 km 71
*PontãoLocal: ERS 324 – entrada
*SananduvaLocal: BR 343 – Trevo de acesso