MP deve pedir novas prisões de suspeitos da fraude do leite
O Ministério Público (MP) não descarta novas prisões de suspeitos na fraude da adulteração do leite no Rio Grande do Sul. “Com certeza, nos próximos dias teremos novidades, com novos pedidos de prisão”, disse nesta segunda-feira o promotor de Justiça Mauro Rockembach. A Promotoria de Defesa do Consumidor pretende ouvir nesta semana representantes das indústrias responsáveis pelo leite que foi contaminado. A partir desta terça-feira, o trabalho deverá estar concentrado nas provas para apresentar a denúncia criminal à Justiça ainda nesta semana.A operação Leite Compen$ado prendeu nove suspeitos de integrar o esquema na semana passada, dos quais sete continuam presos. A investigação ficou concentrada nesta etapa em três cidades: Ibirubá, Horizontina e Guaporé. De acordo com Rockembach, é investigado a mesma fraude em mais três municípios. O total de leite adulterado movimentado durante um ano chegou a 100 milhões de litros. Conforme a apuração realizada durante a Operação Leite Compen$ado, mais de 100 toneladas de ureia teriam sido adquiridas para a mistura. Em uma das formas de fraude identificadas, uma substância com formol era adicionada, na proporção de 1 quilo para 90 litros de água e mil litros de leite. Os suspeitos lucravam 10% a mais do que os 7% já pagos sobre o preço do leite cru, em média R$ 0,95 por litro. A adulteração é um crime hediondo de corrupção de produtos alimentícios, previsto no artigo 272 do Código Penal.