Nova plataforma da Petrobras no RS deverá ser entregue em 2016
A presidente da Petrobras, Graça Foster, assinou nesta quinta-feira, em Porto Alegre, contrato para a construção da P-74, em São José do Norte, no extremo Sul do Estado. O anúncio foi feito na sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), na zona Norte da Capital. A previsão de entrega é no segundo semestre de 2016. Esta será a primeira visando à exploração do pré-sal nos campos da Cessão Onerosa, na Bacia de Santos. Em funcionamento, ela terá capacidade de produzir até 150 mil barris por dia e comprimir 7 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Serão gerados 2,5 mil empregos diretos e indiretos. A empresa contratada é a EBR – Estaleiros do Brasil Ltda – consórcio formado pelas empresas Setal e Toyo. Após a assinatura, a presidente da Petrobras evidenciou a importância do investimento ao destacar que “o tempo já começou a contar”. O tom de brincadeira também serviu para quebrar o clima em relação a atrasos em alguns projetos. “Isso corresponde ao risco da operação, uma vez que se trabalha com máquinas e pessoas”, frisou. Ela também aproveitou para defender a indústria naval brasileira, lembrando que o setor estava praticamente acabado, quando passou a receber mais investimentos em 2003. “Temos muitos contratos e reconhecemos o bom trabalho dos estaleiros no Brasil”, disse. Segundo o governador Tarso Genro, que também acompanhou a cerimônia, o Rio Grande do Sul se coloca como um parceiro estratégico do país, em especial da Petrobras, que é uma empresa com referência mundial. O governador assegurou ter ficado satisfeito com a manifestação da presidente de que não faltará trabalho para ser realizado no Estado.A declaração foi uma resposta ao receio de seis mil trabalhadores do Polo Naval que poderão ficar desempregados após o término da construção de plataformas. “Temos 940 projetos que poderão ser desenvolvidos entre 2013 e 2017. O que não falta é trabalho”, enfatizou Maria das Graças. Segundo o prefeito de São José do Norte, Zeny Oliveira, a assinatura era aguardada há algum tempo e traz grandes expectativas para a cidade. “Os investimentos serão extraordinários. O município está se preparando para as obras e para ter trabalhadores em condições”, assegurou.Investimento no Estado A Petrobras investirá 236,7 bilhões de dólares até 2017, conforme o Plano de Negócios e Gestão apresentado pela presidente da empresa. Do valor total, 207,1 bilhões dólares são de 770 projetos em processo de implantação. Cerca de 29,6 bilhões de dólares se referem a 117 propostas que ainda estão em avaliação. Os investimentos incluem ações em exploração e produção, abastecimento, gás e energia, internacional, distribuição e biocombustíveis. Segundo Graça Foster, o ano de 2013 é especial dentro desse projeto, porque representa o crescimento na rampa de produção de petróleo. “O Rio Grande do Sul tem papel fundamental para conseguirmos esse resultado”, afirmou ela, para um grupo de empresários e investidores. A presidente da Petrobras fez a apresentação acompanhada dos principais diretores da empresa, que destacaram as suas participações no Plano de Investimento. Na área de exploração e produção será aplicado o maior montante, que corresponde a 147,5 bilhões de dólares no período. Em desenvolvimento de produção serão 73% do total de recursos. As outras parcelas são divididas em 16% para exploração e 11% em infraestrutura e suporte.Graça Foster enfatizou ainda que o plano da empresa trabalha fortemente nas áreas de pesquisa e desenvolvimento. Esse trabalho resultou na descoberta de 53 pontos de exploração nos últimos 14 meses (entre janeiro de 2012 e fevereiro de 2013). Destas, 25 foram no mar e 28 em terra. “Isso representa que temos um sucesso exploratório de 64%, enquanto que a média internacional é de 30%”, comparou. O desempenho é ainda melhor em relação ao pré-sal. Nos últimos 14 meses foram descobertos 15 poços, sendo que oito pioneiros e o índice de sucesso foi de 82%. Em relação ao produto, Graça Foster destacou que o pré-sal já é uma realidade no país. Ela ressaltou que, em apenas sete anos, a produção atingiu 300 mil barris de petróleo/dia. A presidente da Petrobras enfatizou que para cumprir o Plano é preciso trabalhar três pontos de maneira integrada: desempenho (pelo atendimento das metas), disciplina de capital (garantir a expansão dos negócios) e prioridade (projetos de exploração e produção de óleo e gás natural no Brasil). “O compromisso da Petrobras é com o conteúdo local. E é muito importante que a indústria esteja ao lado”, assinalou.
