Os riscos da vida on-line

Um encontro marcado por meio de um programa de bate-papo na internet terminou em violência e estupro na noite de ontem com uma jovem de Porto Alegre, mais um caso com desfecho violento nos encontros marcados pelas redes sociais.
Vítima de 29 anos foi agredida e levada a um matagal no bairro Belém Novo
Uma mulher foi estuprada, na noite desta segunda-feira, após um encontro com um homem que ela conheceu pela internet. O crime ocorreu na rua Otávio Frasca, no bairro Belém Velho, na zona Sul de Porto Alegre. De acordo com a Brigada Militar (BM), a vítima, de 29 anos, foi agredida e levada para um matagal onde o ato foi consumado.
A mulher foi encaminhada à Delegacia de Polícia da Mulher, onde foi registrada a ocorrência, e posteriormente, levada ao Departamento Médico Legal (DML) para o exame ginecológico. Por fim, foi deslocada até o Hospital Presidente Vargas (HPV) para tomar medicamentos. O homem conseguiu fugir. A DP da Mulher vai investigar o caso.
O Caso é mais comum entre crianças e adolecentes.
Não basta monitorar os passos deles na web. Para especialistas, tão importante quanto prever os riscos da rede é conhecer o próprio filho. Embora seja possível se prevenir de situações e pessoas que ponham em risco a segurança física e emocional de crianças e adolescentes, a melhor prevenção continua sendo o companheirismo com os filhos.
A professora da PUCPR e coordenadora da Comissão de Psicologia Escolar/Educacional do Conselho Regional de Psicologia no Paraná, Maria Elizabeth Haro, explica que muitas vezes o filho não demonstra qualquer mudança de comportamento que evidencie a ocorrência de algo estranho na “vida on-line”, como mudança de apetite, estresse ou falta de compromisso com a escola. “Nem sempre é tão claro que algo está acontecendo, pois às vezes eles já sabem que estão fazendo algo que os pais não aprovam e dão um jeito de disfarçar, embora também façam pela inocência, pela fantasia.”Nos casos em que não há sinais, como proceder para sanar a dúvida que acomete todos os pais? Para Maria Elizabeth, a resposta é uma só: o diálogo, que deve ser cauteloso e nunca beirar o desrespeito. Nessas horas, conta o tipo de relação que foi construída entre pais e filhos desde os primeiros anos da infância. “Para que o pai possa fazer perguntas, é preciso que antes ele construa uma intimidade com o filho. Isso vem com a convivência diária.” E quando fala em convivência, a psicóloga explica que o tempo passado junto deve ser também de lazer, não apenas de supervisão. Ou seja, não deve servir apenas para que o pai monitore o que o filho anda vendo na internet, pois isso muitas vezes impede que ele se abra. “Só nos momentos de lazer é possível perceber as sutilezas, os detalhes, que fazem toda a diferença.”
Monitoramento
Se, apesar das conversas, o filho insistir em não se abrir ou passar a adotar comportamentos estranhos, é hora de agir. E impor limites. O psicólogo e psicoterapeuta Tônio Luna avalia que a idade é o primeiro ponto a ser observado. Para ele, o fato de o jovem dominar a ferramenta não significa que ele está pronto para usá-la sozinho. “Ele pode conhecer a ferramenta, mas emocionalmente falando, não tem condições de avaliar os riscos desse uso. Eles sempre tendem a achar que as coisas estão sob controle, mas geralmente elas não estão.”
Os pais não devem ter medo de exercer a autoridade, inclusive determinando horários e avaliando quais sites estão proibidos, além de eventualmente vasculhar a máquina à procura de indícios. O mesmo vale para os amigos que o filho tem na rede. “É como convidar um amigo para ir à sua casa. Não é para todo mundo que você dá permissão. O pai deve dizer quem pode ser amigo do filho, observando a idade e se a pessoa é conhecida.”