Tablets substituem livros em escolas brasileiras

No Centro Educacional Sigma, em Brasília, a lista de material escolar do 1º ano do ensino médio ficou mais curta. Em vez de vários livros, os pais tiveram que comprar apenas um item – um tablet – e pagar mais R$ 1,1 mil pelos aplicativos com o conteúdo didático exigido para todas as disciplinas. A novidade com potencial de revolucionar a interatividade em sala de aula começa a se popularizar no País a partir deste ano, mas ainda esbarra em algumas dificuldades, como a falta de preparo dos professores para o uso da ferramenta e o potencial de dispersão que a internet tem sobre os estudantes.
Em outras instituições em diferentes Estados, embora o equipamento ainda não seja obrigatório passou a ser não apenas aceito, mas seu uso será estimulado. No Ceará, uma rede dá opção para os alunos: livros ou um tablet. Em São Paulo, um colégio criou um laboratório móvel com 30 equipamentos e outra investe em formação de professores para o uso da tecnologia.
Na instituição no Distrito Federal, no entanto, a substituição dos livros por dispositivos móveis será “testada” em grande escala – por cerca de 1 mil alunos das cinco unidades espalhadas pela cidade.
De acordo com o professor de Física André Frattezi, um dos entusiastas do uso da nova tecnologia, havia uma preocupação da direção da escola além de ganhos de aprendizado. A quantidade de livros carregada pelos alunos diariamente também era motivo de conversas com os professores. Alguns viram no tablet a solução para o problema.
Frattezi conta que, depois de uma procura de material específico para a ferramenta nas editoras brasileiras, os professores perceberam que o desafio de inserir os tablets na sala de aula seria grande. Não encontraram material adaptado para eles no mercado e decidiram produzir o próprio conteúdo.
Com a ajuda de especialistas, cerca de 30 professores prepararam o material que será usado pelos estudantes. O professor faz questão de ressaltar que o conteúdo não é uma simples adaptação do que há em papel, mas há vídeos e gráficos interativos. Todo o investimento nessas tecnologias, segundo ele, justifica o preço pago pelos pais para adquirir esse conteúdo. “Com o tempo, os valores devem baixar”, diz.