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Leonardo DiCaprio ‘envelhece’ para viver J. Edgar Hoover no cinema

Numa época em que se fala do relançamento em 3D de “Titanic” (Idem – 1997), assistir a um filme estrelado por Leonardo DiCaprio é praticamente uma timeline. Seu desempenho como Jack Dawson foi pífio e, ao que parece, o passar dos anos lhe foi bastante benéfico. DiCaprio amadureceu e melhorou consideravelmente como profissional, sendo feliz em algumas de suas escolhas, como em “J. Edgar” (Idem – 2011), que estreia na próxima sexta-feira. O SRZD já assistiu ao longa e mostra o que você deve esperar na telona.
Dirigido e produzido por Clint Eastwood, retrata J. Edgar Hoover (Leonardo DiCaprio) como um homem extremamente afetuoso com a mãe, obstinado na luta contra o comunismo e em criar um cadastro com impressões digitais que ficasse disponível para a polícia de todo o país, facilitando, assim, o trabalho dos agentes do FBI e do próprio governo. No filme fica evidente que Hoover só conseguiu apoio necessário para montar seus laboratórios, com cientistas, peritos, entre outros, após a grande repercussão do seqüestro do bebê do aviador Charles Lindbergh (Josh Lucas) – crime considerado pelos americanos como um dos mais terríveis do século passado.
A relação de Hoover com os presidentes, o medo que ele tinha de ser demitido a cada novo mandato e os meios pelos quais ele atingia seus objetivos, também são mostrados ao longo de “J. Edgar”. E não apenas isso. De acordo com a produção, o homem conservador, temido por muitos, admirado por tantos outros e defensor ferrenho do american way of life, sofria com conflitos internos devido ao amor que nutriu durante toda a vida por Clyde Tolson (Armie Hammer), seu braço direito e vice-diretor do FBI. No filme fica claro para o espectador que o relacionamento dos dois era a coisa mais sólida da vida de ambos. Tanto que em seu funeral, quem recebeu a bandeira colocada sobre o caixão foi Tolson.
Clint Eastwood optou por mostrar a história de Hoover em flashbacks, mostrando que ele era um marqueteiro excelente e que fora questionado por isso. Por não ter feito, com suas próprias mãos, as prisões de que tanto se gabava. Sim, ele era o responsável pelas investigações, mas o trabalho de campo era feito por outros agentes, subordinados a ele. É interessante ver como a história e o legado desse homem, se confundem com a história da instituição. Hoover consolidou o FBI como uma das agências mais importantes do mundo. Ele apostou em cena de crime, laboratórios, investigações de fato, numa época em que isso era bastante incomum. E recebeu muitas críticas por isso.
O único ponto baixo dessa produção é a caracterização de DiCaprio e de Armie Hammer. Nas sequências em que Hoover e Tolson aparecem já idosos, a maquiagem acaba por comprometer o filme, de certa maneira. A de DiCaprio, nem tanto. Mas a de Hammer é terrível. Com todos os recursos disponíveis em Hollywood, esperava-se mais. Não há justificativa para tamanha artificialidade. Principalmente por se tratar de um filme produzido por Eastwood, Ron Howard, Brian Grazer e Robert Lorenz.
A história de J. Edgar Hoover foi adaptada para o cinema e para a televisão diversas vezes. O interesse pela história do homem que ficou à frente do FBI por 48 anos sempre existiu. Essa nova adaptação merece ser assistida ao menos uma vez.
Voltando ao desempenho de Leonardo DiCaprio, é necessário dizer que ele está muito bem como J. Edgar Hoover, sendo indicado ao Globo de Ouro de melhor ator em drama, mas perdeu para George Clooney por “Os Descendentes” (The Descendants – 2011). “J. Edgar” recebeu o prêmio de filme do ano concedido pelo American Film Insitute, porém foi ignorado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood (AMPAS) e não recebeu nenhuma indicação ao Oscar.
Veja ao lado o trailer legendado do filme.
 

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