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Preta Gil critica o termo afrodescendente

Tem gente que pensa que Preta Gil é um apelido. Nascida como Preta Maria Gadelha Gil Moreira, ela tem muito orgulho do nome dado por seu pai, o cantor e compositor Gilberto Gil, e diz que já teve gente brincando com seu nome depois da criação do termo afrodescendente.
“Já ouvi muitas vezes gente me chamando de ‘Afrodescendente Gil’, fazendo piadas… Pode chamar a Preta de preta! Eu sou afrodescendente sim, sou miscigenada de uma mãe branca e um pai negro, a típica mulata brasileira, mas meu nome é Preta! Tenho muito orgulho do meu nome”, disse ela a O Fuxico.
O termo afrodescendente, que substitui negro ou preto, foi instituído no Brasil com a justificava de remeter não só à cor da pele, mas às referências históricas e culturais de origem africana. Contudo a cantora acha que nada mudou desde que esta lei entrou em vigor.
“Imagina! Mudou o que? O que um termo vai mudar na vida do ser humano? Muito pelo contrário, é um termo que só ajuda a criar ainda mais preconceito. Tudo o que é rotulado é muito chato. Você é preta, gorda, bissexual…”, revolta-se.
Ela ainda acrescenta que essas nomenclaturas só servem para confundir mais as pessoas e trazer mais rótulos e barreiras, sendo que o que mais vale é o caráter e não o que ela veste ou gosta.  
“Por que eu tenho de olhar para a pele do outro? Vamos desrotular! Cadê seu caráter? Não é porque um cara usa uma jaqueta assim ou assado que vou chamá-lo de nerd ou ela de patricinha. Eu sou o que eu quiser e a essência não vai mudar! No mundo a gente vive um rótulo.”
 

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